A urticária crônica é uma condição de pele caracterizada pela recorrência de lesões avermelhadas e elevadas que provocam coceira intensa, conhecida como urticas. Ela pode durar mais de seis semanas e impactar significativamente a qualidade de vida do paciente, tanto no aspecto físico quanto emocional.
– Tipos de Urticária Crônica –
A urticária crônica divide-se em dois principais tipos:
- – Urticária Crônica Espontânea (UCE): caracteriza-se pelo surgimento de lesões sem fatores desencadeantes aparentes. Estudos sugerem que sua origem pode ser autoimune, em que o sistema imunológico ataca células do próprio corpo, provocando a inflamação.
- – Urticária Crônica Induzida (UCInd): Surge em resposta a estímulos físicos ou externos, como pressão na pele, mudanças de temperatura, luz solar ou exercícios físicos.
– Causas –
As causas da urticária crônica espontânea não são completamente conhecidas, mas frequentemente estão relacionadas a condições autoimunes. Já a urticária crônica induzida pode ser desencadeada por fatores físicos específicos. Em alguns casos, a condição está associada a outras doenças inflamatórias ou infecciosas, como problemas tireoidianos.
– Sintomas –
Os principais sintomas da urticária crônica incluem:
🡪 Urticas com coceira intensa;
🡪 Vermelhidão e inchaço da pele;
🡪 Angioedema (inchaço nas camadas mais profundas da pele, geralmente em pálpebras, lábios ou mãos).
Esses sintomas podem surgir e desaparecer espontaneamente, alternando períodos ativos e remissões.
– Diagnóstico –
O diagnóstico da urticária crônica é baseado na análise clínica e história médica do paciente. Exames complementares, como hemograma ou avaliação da função tireoidiana, podem ser necessários para descartar outras condições e identificar possíveis causas subjacentes.
– Tratamento da Urticária Crônica –
O tratamento é individualizado e visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As principais abordagens incluem:
🡪 Anti-histamínicos de segunda geração: medicações de primeira linha para controlar coceira e inflamação;
🡪 Omalizumabe: indicado em casos mais graves, especialmente para UCE (confira mais detalhes abaixo);
🡪 Ciclosporina ou outros imunossupressores: utilizados quando os tratamentos convencionais não são eficazes.
Além disso, é fundamental evitar fatores desencadeantes no caso da urticária crônica induzida e priorizar o acompanhamento médico para ajustes no tratamento.
– Impacto e qualidade de vida –
A urticária crônica afeta significativamente a vida do paciente, podendo causar desconforto físico e emocional, como ansiedade e depressão. Por isso, a adesão ao tratamento e o suporte médico contínuo são essenciais para o manejo eficaz da doença.
– Novo tratamento com Xolair® (Omalizumabe) –
Uma inovação no tratamento da urticária crônica espontânea é o uso do medicamento biológico Xolair® (omalizumabe). Essa terapia é indicada para pacientes com sintomas graves que não respondem a anti-histamínicos. O omalizumabe é um anticorpo monoclonal que bloqueia a imunoglobulina E (IgE), um dos principais agentes responsáveis pela ativação das células que causam as urticas.
Estudos demonstram que o omalizumabe pode reduzir significativamente os sintomas, incluindo coceira e o número de lesões, melhorando a qualidade de vida do paciente. É uma opção eficaz e segura, aprovada para uso em diversos países, inclusive no Brasil. No entanto, o tratamento requer prescrição e acompanhamento médico especializado.
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Compreender os tipos, causas e tratamentos da urticária crônica é essencial para quem convive com essa condição. Procurar orientação médica especializada ajuda a identificar a abordagem mais adequada e a melhorar a qualidade de vida do paciente.